quinta-feira, 28 de novembro de 2013
segunda-feira, 22 de abril de 2013
quinta-feira, 18 de abril de 2013
RUI SIMÕES
RUI SIMÕES
Rui Simões torna-se dissidente em 1966 do sistema vigente. Na Bélgica adquire o curso de realizador de cinema. Regressa a Portugal em 1974 e encontra a maravilhosa loucura colectiva do país – um povo que atrai a si todos os dissidentes. É a história da família dispersa, por: África, Brasil, Eurpoa(s) e que se reencontra finalmente.
Com o capital acumulado: conhecimentos adquiridos no estrangeiro, dedica-se ao tema que é todo o turbilhão nas ruas de Portugal no momento da sua chegada. E dá-se também conta de desejo de muitos, Portugueses ao querer reter para sempre as miríades de acontecimentos despolotados no 25 de Abril.
- “Deus, Pátria, Autoridade”. - Longa Metragem, 16mm, 1975.
- Insere-se, integra-se, em toda a movimentação de momento, numa procura de “Deus, Pátria, Autoridade”.
- É o primeiro discurso e a sua primeira imagem do país. Isto, foi possível, apenas, até ao ponto possível de encontro com os outros.
- “Deus, Pátria, Autoridade”, é agora, já depois de realizado uma consequência à posteriori de uma atitude experimental.
- Nesse primeiro filme, tenta codificar o discurso que já era dominantemente marxista, por ser o oposto ao discurso do século XIX-urbano em que vivera.
- Esta primeira experiência em Portugal é feita com a intenção de tornar este filme uma ferramenta na defesa e participação das pessoas no novo poder que se vislumbra. É feito com um fim pedagógico para que quem o vê saiba descodificar o real que agora o cerca: a dominante era a luta de classes em Portugal, nesse momento.
- “S. Pedro da Cova” - série de 3 curtas metragens, 16 mm 1976
- Na trilogia “S. Pedro da Cova” que se seguiu, o cineasta inseriu-se totalmente a nível da micro realidade vivida. Neste caso: Programa de Alfabetização e Educação Permamente – ponto alto de uma experiência sentida intensamente numa aldeia nortenha.
É neste contexto que os filmes “O Museu”, “O Que a Mina Deixou”, “Para Além da Mina”, se atravessam.
Com o pretexto deste filme que na sua concepção e filmagens se tornou vivência intensa por parte da equipa, fez-se animação, desenharam-se papéis didácticos, ensinou-se a população a pedir subsídios, apoiaram-se grupos de teatro, promoveu-se a formação de um grupo de alfabetização, ensinou-se a tirar fotografias (de família) a quem nunca tinha mexido numa máquina.
Neste trabalho o autor coloca-se de um modo diferente que no anterior. Agora beneficia das vantagens do sucesso com o trabalho anterior. Isto permite-lhe ter uma experiência em que o trabalho a realizar é codificados em linguagem cinematográfica por uma população que recebe esse “privilégio”.
Esta experiência foi um ponto alto no processo profissional do autor. No anterior trabalho havia a preocupação de deixar a eles (personagens) a expressão.
Aqui há a intenção de que eles tomem a sua própria expressão.
Continuando no caminho do experimental esta experiência permitiu ir mais longe e alterar o enfoque usado e a própria linguagem utilizada anteriormente.
- “Bom Povo Português” - 1 longa metragem 16mm 1980
- “Bom Povo Português” é a única análise global do que em Portugal se passou de 25 de Abril a Novembro de 2975.
sexta-feira, 12 de abril de 2013
quinta-feira, 11 de abril de 2013
Exibições Bom Povo Português
quarta-feira, 10 de abril de 2013
terça-feira, 9 de abril de 2013
A COOPERATIVA
Virver – Cooperativa de Cinema, é a
tentativa de criação colectiva de um espaço, com nova forma de
trabalho e vida.
Depois do 25 de Abril passou-se a uma
prática colectiva de pequenas células funcionando autonomamente com
personalidade colectiva própria.
Se cada um se libertar do seu papel
social e viver os múltiplos personagens que tem, cada vez é: mais
livre, mais perto de si – sem barreiras para o s outros.
Isto: projecta-se no trabalho que se
faz.
A relatividade de tudo isto somos nós.
Hoje a cooperativa sofre a contradição
da (macro) sociedade que naturalmente se lhe opõe, através de
códigos:
económicos
sociais
políticos
Agora: outros
(Disto resulta um esforço de
sobrevivência, hoje-violento para quem o continua).
Para o realizador a equipa que o apoiou
é em parte integrante da autoria do filme. Sem entender isto, é
impossível compreender o filme, que só aparece para:
ficar o movimento
PARA: dar movimento,
num sistema sincrónico/diacrónico tal
como foi sentido pela equipa que, ao longo do processo foi ao mesmo
tempo espectador e actor participante no processo revolucionário em
curso.
quinta-feira, 4 de abril de 2013
COMO FOI FEITO
Quanto à metodologia sequencial, e não
só, podemos dizer o filme em termos de manta de retalhos:
A manta de trapos é um parente pobre
das tecelagens: feita de restos de tecelagens-outras, que tiveram uma
utilização própria quando pertencentes à unidade. Estes
sobejos-trapos, juntos, recriam-se numa outra unidade de elementos
reciclados. Por vezes, na urgência de harmonias, de quem as faz,
querer-se-ia veludo de algodão ou popeline e apenas se tem riscas ou
lisos de Tyrelene. (Em vez de sobejo-trapo leia-se: tantos segundos
de celulóide).
Os vários tons de linha entrelaçados
formam um fio grosso-condutor-unificador de toda a urdidura.
(Em vez de linha (de urdidura), leia-se
música; som; escrito; ritmo...).
Neste filme = manta de retalhos,
sente-se num gesto último, ao percorrer os olhos pelo trabalho
acabado, ligações estruturais, por vezes, demasiado abruptas, com
rugosidades e asperezas selvagens na urgência de junção de
texturas excessivamente diferenciadas, em contraposição com levezas
de sequências de asa de pássaro em transparência de céus.
Voz-off é a tonalidade intimista que
percorre toda a tecelagem e lhe dá a consistência de uma
sensorialidade subterrâneo de pinhal voado por neblinas cerradas.
Não narra nada; apenas agarra, adensa os materiais e dá espessura à
manta-filme-tapeçaria, através de ondulações de mares de
arvoredos, criando as sequências rítmicas propostas. Esta ondulação
sente-se através do olhar deslizado da manta-filme-tapeçaria,
projectado à nossa frente no silêncio branco do écran durante 2h e 15m.
quarta-feira, 3 de abril de 2013
As palavras de Bom Povo Português
“Bom Povo Português” é um ensaio
no domínio do experimental, um desenrolar de acontecimentos fora de
análise de quadros referenciais cartesianos. Não pretende explicar
nada. É apenas um olhar intimista sobre: o nascer – crescer –
morrer de uma ideia que decorre entre 25 de Abril e 25 de Novembro.
“Bom Povo Português” tem de ser
lido sem preocupação de observação-identificação de personagens
e conjunturas políticas em clarezas discursivas; é para ser lido em
emoção audio-visual.
Exige do espectador disponibilidade
para estar: totalmente, tal como para ler esta sequência de
palavras:
PLATÃO. EUROPA. PARTO. CAVERNA.
SOL INFIXO. CRAVOS.
“BOM POVO ALENTEJANO”. CEGO.
PODE-SER-QUE-ISTO-MUDE.
DEMOCRATIZAÇÃO. CAPITÃES.
O-QUE-É-VIVER-BEM. MITOS. CRENÇAS.
PAPEL SOLTO NO AR. IDOLOS.
MANIFESTAÇÕES. BANDEIRAS.
PALAVRAS-DE-ORDEM. AUTO-COLANTES.
PINHEIRAIS. MANHÃS INCOMPLETAS.
PIDES. RITUAL. SOL FIXO.
A-VAGA-CRESCE. ELEIÇÕES. PARTIDOS.
POVO-UNIDO. CEGO. IMPÉRIO-COLONIAL.
CAVERNA. 7 DE SETEMBRO.
MULTINACIONAIS.
CONQUISTA-DOS-TRABALHADORES.
MAIORIA SILENCIOSA. GESTOS PAUTADOS.
MAR. 28 DE SETEMBRO.
MANCHA DE NÚVEM NO CHÃO. POLITIZAÇÃO.
PRESSÕES INTERNACIONAIS.
PLANÍCIES DE AÇO SEM TEJO.
MANHÃ DE 11 DE MARÇO.
INDEFINIÇÃO DE PODER(ES).
AFASTADOS CAPITÃES. CAVERNA.
MANHÃ DE SOL NO CHÃO.
NEM MAIS-UM-SOLDADO. REUNIÕES.
A-VAGA-CRESCE. OCUPAÇÕES. COPCON.
SALÁRIO-MÍNIMO-NACIONAL.
SABOR-A-PROGRESSO. EMIGRANTE.
SOL DESCIDO NA MANHÃ. RENASCENÇA.
CAVERNA. INDEPENDÊNCIA COLONIAL.
CAIXOTES. RETORNADO. FORÇAS ARMADAS.
A-VAGA-CRESCE. POLÍTICOS.
BOM POVO PORTUGUÊS.
O-QUE-É-PRECISO-É-TRABALHAR. CEGO.
quarta-feira, 2 de janeiro de 2013
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